quarta-feira, 4 de março de 2009

Alessandro Giuseppe Antonio Anastásio Volta


Os fenômenos elétricos sempre caminharam paralelamente com a humanidade, seja pelo fenômeno da sinapse no corpo humano, seja pelos relâmpagos na natureza. No entanto, considera-se que a história da eletricidade teve início na antiga Grécia. Tales de Mileto foi o grego o qual observou que ao se esfregar âmbar (tipo de resina fóssil) com pele de carneiro, pedaços de palha eram atraídos pelo âmbar. Na época não se sabia explicar tal fenômeno, mas hoje sabemos que ao se friccionar determinados materiais obtemos uma eletrização por atrito.


Com o passar dos séculos o interesse pela eletricidade aumentou e o homem passou a acreditar que o aprofundamento dos conhecimentos desta área da física traria inúmeros avanços científicos. No entanto, havia inúmeras dificuldades no estudo de tal área, pois, até então, não se sabia produzir eletricidade de maneira contínua. Existiam apenas máquinas eletrostáticas rudimentares que serviam para poucos experimentos, além disso, para medir a quantidade de eletricidade das experiências, se utilizava procedimentos pouco sensíveis, o que tornava difícil a obtenção de um experimento realmente eficaz.


Foi neste contexto que Alessandro Volta, físico italiano, aprofundou os conhecimentos em fenômenos elétricos e conseguiu geral eletricidade por meio de reações químicas.


Alessandro Giuseppe Antonio Anastásio Volta nasceu em 18 de fevereiro de 1745, em Como, uma localidade próxima à Milão, na Itália. Era o sexto dos sete filhos do Conde Filippo Volta e da Condessa Maria Madalena, que o enviaram para passar a infância num vilarejo próximo, Brunate, entre pessoas de pouca cultura. Pode ser que por esta razão, segundo os biógrafos, o menino teve um desenvolvimento muito lento, sendo que só começou a falar com sete anos, trazendo imensa preocupação aos pais, pois pensavam que a criança poderia ter algum tipo de problema mental. Porém, mesmo na época de silêncio Volta demonstrou uma aptidão pelo estudo da área de ciências naturais, ao ponto de utilizar-se de qualquer papel para anotar suas observações do dia-a-dia.


Na adolescencência Volta foi pressionado a seguir a carreira eclesiástica ou a estudar direito, todavia, optou por trilhar os caminhos da física. E logo aos dezoito anos escreveu uma carta ao físico G.A.Nollet, a qual evidenciava sua idéia de que os fenômenos elétricos poderiam ser atribuídos à forças de atração semelhantes as já mencionadas por Newton, forças gravitacionais.

Sem ter como arcar com as despesas de suas pesquisas, Volta encontrou na carreira didática uma solução para seus problemas. Por seu reconhecimento no meio científico, devido à seus trabalhos e experimentos, tornou-se famoso em toda a Europa, proporcionando assim, a obtenção do cargo de professor de física experimental nas escola de Como, sem ao menos possuir títulos escolares adequados.


Nos anos de 1775 e1776, Volta anuncia, respectivamente, duas invenções: o eletróforo e o eudiômetro (ambos lembrados com seu nome, atualmente). O primeiro, é um aparelho que promove a eletrização de condutores e possibilita obter altas tensões aproveitando o princípio de indução eletrostática. Já o segundo, provoca a reação entre compostos gasosos por meio de uma centelha elétrica, sendo utilizado, na época, para estudar as leis dos gasases.


E, finalmente, em 1800 Volta divulga a tão-falada pilha voltaica, um predecessor da bateria elétrica. A idéia do desenvolvimento desse trabalho partiu de uma discórdia profissional sobre a resposta galvânica, na qual Luigi Galvani, médico e professor de Anatomia de Bolonha, na Itália, defendia que metais produziam eletricidade apenas em contato com tecido animal. Tal idéia lhe foi proporcionada após observar que alguns sapos que ele estava estudando contraíam violentamente as patas, quando eram tocadas por dois metais diferentes, como ferro e cobre. Assim, Galvani acreditava ter descoberto uma nova fonte de energia, que seria uma “eletricidade animal”. No entanto, ele apenas descobriu por acidente o princípio básico de empregado na produção de eletricidade com pilhas. O princípio mencionado anteriormente, pode ser explicado da seguinte maneira: quando dois metais diferentes (chamados elétrodos) são separados por um líquido condutor que age com mais força sobre um metal que sobre outro (no caso de Galvani, o líquido era justamente as substâncias presentes no corpo do sapo, ao qual se denomina eletrólito), os elétrons se movimentam através do líquido e o metal menos afetado por este recebe carga, estabelecendo um potencial mais elevado que o do outro. Assim, ligando-se os metais com um fio ou outro condutor pode-se formar uma corrente elétrica fluindo do maior potencial para o menor.


Volta analisando o ocorrido, supôs que deveria haver uma interação entre os metais e algum tipo de substância dentro do animal, e justamente esta interação era responsável por criar uma corrente elétrica que movimentava as patas do animal. Para provar sua tese, ele construiu uma pilha com discos de zinco e cobre, separados por pedaços de pano encharcados com ácido acético diluído ou salmoura. Ele descobriu que o potencial elétrico criado pelo experimento era diretamente proporcional à altura da pilha; ou seja, quanto mais alta a pilha, maior era a quantidade de eletricidade produzida. Após analisar cuidadosamente seu trabalho, Volta constatou que a pilha poderia ser usada mais de uma vez, que assim teria criado uma forma de obter geração de eletricidade sempre que necessário.


Em conseqüência de seu trabalho, Volta recebeu inúmeras homenagens. Em 1801, foi convocado a apresentar sua experiência de produção de eletricidade ao próprio Imperador Napoleão I, o qual, posteriormente em 1810, lhe concedeu o título de conde. Alem disso, o imperador da Áustria, na época, fez de Volta diretor da Faculdade de Filosofia da Universidade de Pádua.


Volta faleceu em 1827, sendo enterrado em sua cidade natal, Como, Itália. Em sua memória construíram um museu perto do Lago Como, denominado Templo Voltiano, contendo todos os seus instrumentos e publicações originais. Também, homenageando-o, em 1881 nomearam uma importante unidade elétrica de volt, além de estamparem seu rosto nas já extintas notas de dez mil liras italianas.


Referências bibliográficas:

www.pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal

www.eletronica.no.sapo.pt/volta.htm

www.sosfisica.blogspot.com/2008/06/alessandro-giuseppe-volta-fsico.html


Autores:

Fernanda de Araujo Silva

Hugo Cremasco Altoé


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